Cegueira

Viajava pela escuridão do dia,

Perdido no cansativo negro,

Preto, sombrio - a cor do meu olhar.

Procurava um caminho, uma saída

E sem saber, estavas la tu,

Capaz de me guiar.

Deste-me a tua mão,

Deste-me o teu ser,

Dester-me toda a luz que já não esperava ao amanhecer!

Sorri e senti o teu rosto,

E naqueles breves instantes

Pensei estar simplesmente a sonhar.

Esqueci a cegueira, esqueci o medo do negro olhar

E deixei-me levar por ti

Até à luz, como uma criança que começa a caminhar.

Entrego-te o meu corpo,

Entrego-te o meu olhar,

É teu o meu ser,

É tua a alegria de poder voltar a ver!


João Ferreira

9 de Maio de 2008

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