Um dia caminhava junto ao mar, num inicio de tarde, com o sol alto, céu azul e uma ligeira brisa no ar.
O sobretudo azul-escuro e pesado mantinha-me quente e protegido.
Caminhava lentamente e sentia cada passo, batendo com o tacão do sapato no chão, de mármore cinzenta, ouvindo as ondas e os carros na rua…
Mais à frente estava um senhor parado, vestido com uma camisola de lã. Olhava o Mar, quieto e sereno. Olhava-o parado, com uma expressão tão fechada e um olhar igualmente tão sereno…
Nesse dia pensei escrever…
O tempo passou.
Mas hoje escrevi:
De tudo o que já viveu
De tudo o que já sonhou
Quanto esqueceu?
Meça a sua vida nas palavras que escreve
E meça-a em função do que se lembra.
Não pare nunca de escrever.
Guarde cada momento numa folha de papel.
Anos mais tarde leia-os, viva-os e sonhe-os.
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