Em nada me deito, em nada me sinto
Quando das lágrimas retiro o vosso olhar
Perdido entre passados e presentes
Que não conheço mais.

Não há luta justa, nem a minha o é.
Palavras são facas e navalhas
Que jogo sem saber e que vos rasgam
Diante de mim.

Procuro um vazio onde me esconda,
Longe das imagens de um quarto feito de vagas recordações
E de casas que já não são minhas,
Onde já ardeu o meu odor e a minha pura imagem.

Apenas respiro e deixo viver
Um corpo que me esconde
E vou olhando o espelho de olhos caídos,
Cansados, enrugados, vazios.

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