Singularidades de um tempo presente
















Singularidades de um tempo presente
Fazem da velha marioneta de madeira,
Pendurada durante anos num azul bebé,
Uma memória de menino.

O vento que sopra no Inverno
Vai pintando de um frio cinzento
Os longos traços do cabelo
Daquele homem que espreita à janela.

São seus olhos como espelhos de água,
Que abraçam o clarão de uma lua tímida,
Escondida entre os telhados das casas,
Onde dorme a alma desta cidade, já calma.

Há uma paixão que se torna eterna,
Que se ergue diante de um jardim de verde esperança,
Fazendo dos jogos, das quedas, dos risos e dos choros,
Um bronze sereno, que reflecte a imagem de um homem sentado num banco de jardim.

E ri-se, como em menino, sonhando alto,
Porque novos dias virão.

Comentários

  1. Não será ainda cedo demais para tornar bronze os jogos, as queda, os risos e os choros? Cinzento é a cor com que este vento Invernoso nos pinta, mas desses mesmos jogos e risos obtemos novas cores que vão preenchendo a nossa folha, que nem no início tem a infelicidade de ser branca. O homem que espreita à janela consegue abarcar a lua na imensidão do olhar, e ri-se, e sonha, porque novos dias virão. Se assim não fosse, não valeria a pena viver. Votos de um colorido ano.

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