Sin.te.se

Sin.te.se
[Matemática Demonstração das proposições pela única dedução daquelas que  estão provadas até chegar àquela que se quer estabelecer.
Cresço e sintetizo
E escrevo com menos palavras
E falo e sorrio e choro e abraço menos
E fico mais denso.

Parece que aprendo mais da primeira pessoa
E me torno num ponto mais díspar
E procuro e encontro e escolho menos
E fico mais e mais denso.

O caminho é ainda longo
E é certo que é cada vez mais certo o incerto
E que me agarra e me embala e me desperta
E  que fico mais e mais e mais denso.

E parece que aprendo mais da segunda pessoa.

Comentários

  1. “ A tua voz é o meu som favorito. Soa mais alto que todas as outras. É grave e tem um compasso lento e arrastado. Arrepia-me a espinha e gela-me o corpo. Ouço-a em todo o lado e nunca é minha.
    Os teus olhos são tristes. Ficam presos num ponto perdido ou veem através de mim. A tua calma é contagiante e o teu silêncio eclipsa todas as palavras que te queria dizer e todas as respostas que queria descobrir.
    Os teus passos estão perdidos. Entre as cidades onde foste e todos os sítios para onde vais, tropeças nos dias que não acabam e foges dos caminhos diretos a mim.
    A tua presença é intimidante e faz-me sentir pequena. Os traços do teu corpo são fortes e os teus ombros carregam um passado pesado que não conheço. Tornas-te mais e mais monumental a cada princípio que partilhas. Se soubesses o quanto és admirado por todos os que se cruzam contigo jamais te sentirias destroçado.
    Ainda não te sei ler mas vivo nas palavras que não escreveste para mim. Sonho com momentos que não foram meus. Perco-me nas horas em que imagino como será o toque da tua mão. Já te carrego em mim para onde quer que vá. Decoro as poucas palavras que me dizes e tenho-as tatuadas na minha memória. Sonho-te na noite, nas palavras e no vinho, em manhãs frias de inverno e em noites infinitas de verão. Tudo em ti me seduz e me rouba a respiração e o discernimento. Fazes-me tropeçar em mim mesma e descompassas-me o coração. Já te conhecia todas as músicas e agora elas não são mais só minhas.
    Não sei quem amas, mas se tu fosses meu também eu tentaria parar o tempo. Protegia-te do frio do mundo e roubava-te todo o cansaço que te deixa tão penoso. Se os teus olhos me vissem já sabias que sou tua, que o tempo não precisou de ser longo para me cativares. Abraçava o teu sofrimento e ocupava o vazio que sentes no peito. Remendava-te o coração e jamais serias triste. “

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