As duas folhas que levei na mão,
Voaram.
Eram luz.
E tornaram-se transparentes,
vezes e vezes,
sem conta
E tornaram-se transparentes,
vezes e vezes,
sem conta
E ao longe as gargalhadas, Tame Impala, o fogo e o pôr-do-sol
O coração batia e sentia-o na pele,
A tremer.
Confuso.
O coração batia e sentia-o na pele,
A tremer.
Confuso.
Dark.
Luz.
Dark.
Dark.
Dark.
Um gato!
As cores. A folha com o pincel negro, que me fugiu das mãos.
O amor. As cores. O verniz. Gatos.
Nica. Amor. Tu.
Sozinho. No quarto. Deitado.
O amor. As cores. O verniz. Gatos.
Nica. Amor. Tu.
Sozinho. No quarto. Deitado.
(Cortou a água.)
Sem casaco. Com casaco.
Preto. Verde.
Jantar. Coca Cola para todos. Jerónimo já não está no PCP. Lasanha!! Lasanha!!
Não há fumo. A lareira arde.
Acendemos um cigarro. A noite é real. Os medos também. Viagens. Intrigas.
Ananás na cabeça. Luz!! Luz!!!
Ananás na cabeça. Luz!! Luz!!!
Tame Impala!!
No more j-lo!
No more j-lo!
Sofás. Carapins. Um de cada cor. Janelas entreabertas para não ficar fumo cá dentro.
O corpo no mesmo lugar do mundo.
Está tudo certo.
Está tudo certo.
A mente bate no mesmo ritmo do coração.
Viajámos.
Fomos dentro de nós mesmos. Sorrimos e estamos de volta. Quietos. Lareira acesa. Luzes. Aleatoriedades que já fazem sentido. Desarrumadas. Como nós. Como sempre.
Fomos dentro de nós mesmos. Sorrimos e estamos de volta. Quietos. Lareira acesa. Luzes. Aleatoriedades que já fazem sentido. Desarrumadas. Como nós. Como sempre.
E o comprimido para voltar a trás no tempo esteve sempre lá. Ficou. Pousado.
Fomos e viemos.
Assim. Loucos.
Fomos e viemos.
Assim. Loucos.
E este comboio vai partir. De novo.
Pink Floyd.
Pink Floyd.
(Ponte de Lima, Novembro 2022)
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