Tic Tac

Tic Tac... Tic Tac.... Tic Tac...


Sei que andas longe, passeando de mão dada, na praia, com o fim de tarde a oferecer-te o fundo perfeito. Sentas-te, encostas a tua cabeça no ombro dele, ficas simplesmente a ver o sol pôr-se... A noite chega e, com ela, a vontade de um abraço, de um beijo, de um olhar único. Não hesitas, nem por um único segundo, o teu rosto move-se, lentamente, procuras os lábios dele, beijam-se e perdem-se no calor de um abraço. Os corpos quentes deslizam pela areia húmida da praia, num início de noite frio e calmo... Entre as carícias e os olhares, surgem as promessas, os sonhos, os pedidos....surge o "nós" o "eu e tu"... Esqueces o passado, esqueces-te de mim e vives o teu momento perfeito, mais um... Perdes-te no escuro da noite, sorris de prazer, deixas-te levar até à exaustão...

Tic Tac... Tic Tac...

Finalmente, cais suavemente para o lado, permites que os olhos se fechem, permites que os braços dele te toquem, que o corpo dele te aqueça e reconforte... nesta noite tu permitiste tudo!.. Passas os minutos seguintes num correr de sonhos, vives a tua outra vida, arrependes-te de mais um dia, de mais um final de tarde, de mais uma noite fria e calma... Arrependes-te se ser quem és, arrependes-te de me teres daqui a pouco, quando decidires voltar a casa, depois de marcares, mais uma vez, o ponto...

Tic Tac... Tic Tac...

São horas de voltar... Pegas no teu dinheiro, nas tuas roupas e voltas para mim. Corres desesperadamente de volta a casa, esperando encontrar-me. Chegas e dizes-me bom dia, pedes-me, novamente, desculpa, dizes que me amas e cais na cama de cansaço... Eu fico, por um simples minuto, a olhar-te...

Tic Tac... Tic Tac...

São horas de eu ir. Até amanhã!


João Ferreira

15 de Agosto de 2006

Comentários